ARTIGO: O AMOR É FORTE COMO A MORTE
A morte é certa! Mais certa, porém, é A VIDA. (Gn 3,19 - Hb 9,29). No entanto, se não existisse nada além desta VIDA MORTAL, pra que tanta lida, para tão pouca vida? Não valeria a pena ir ao cemitério, colocar uma flor, acender uma vela, derramar uma lágrima. Ninguém acha bom morrer. Até o Homem de Nazaré, nosso irmão na carne mortal, suou sangue apavorado com morte e chegou a sentir-se abandonado até pelo Pai do céu. Santo Agostinho, que andou de seca e Meca à busca de sentido para sua vida mortal, chegou à conclusão da vida eterna quando disse: “Fizeste-nos para vós, Senhor, e o nosso coração está irrequieto até que repouse em vós.” A morte é certa, mas o dia é incerto. Estejamos vigilantes, pois o Senhor virá na hora em que menos esperarmos para o encontro da gotinha, que sou eu, com oceano da vida que é O ÚNICO VIVENTE, para encontrar sentido perdendo-se nele.
Mas até lá, a gotinha humana vive corre o risco de perder-se neste mundo sem o rumo do oceano divino, do único BASTANTE, no qual nos movemos, existimos e somos. Diariamente, quase nos perdemos no mar desumano de assaltos, homicídios, corrupção de toda ordem, desastres ecológicos, éticos e religiosos, acidentes de trânsito, desestruturação das famílias, por força da miséria física, moral e espiritual, conseqüência de drogas, AIDS, suicídios, abortos, desequilíbrio ambiental letal para o corpo, para o coração, para a consciência, verdadeiro tsuname da cultura da morte. Nesse sufocante vale de lágrimas, as pessoas perdem a alegria de viver, o encantamento do belo, do bem, da paz, porque afogadas na idolatria do ter, do poder e do prazer, a sensação que temos é a insatisfação permanente de que nunca temos o suficiente, perseguindo incansavelmente O TER MAIS, esquecidas do SER MAIS. A verdade é que esperamos sempre mais, porque apesar de saciados no corpo por todo tipo de prazer, sentimos no coração a fome de amor, de atenção, de carinho, de bem-estar, de reconhecimento, de respeito. Em nossa alteridade única porque original e divina, temos fome de infinito e, querendo TUDO, rompemos as barreiras da liberdade, atropelando a vontade dos outros para saciar a nossa.
A própria incessante busca do insaciável mas fugaz TER, PODER E PRAZER é como a fome e a sede físicas, que nos impelem para a vida. Por conseguinte, no mais íntimo do nosso ser de criatura (ontologicamente, metafisicamente) vivemos movidos por uma esperança. Contudo, esta esperança profunda é freada, quebrantada e asfixiada pela realidade dolorosamente incontestável da morte. Alguém pode até negar Deus, mas não pode negar a morte! Ela é a justiceira de Deus. Ela espatifa o nosso orgulho de seres enganados pela auto-suficiência da ideologia ou viseira do secularismo. Pois bem: é aí, nas profundezas de nossa ontológica insuficiência humana, que se encontra a nossa chance de dialogar, em companhia do Salmista, com ALGUÉM maior que nós mesmos a quem chamamos de DEUS. “Das profundezas, Senhor, clamo a Ti: escuta a minha voz! Atentos se façam teus ouvidos ao clamor da minha prece!” Somente assim podemos ousar adentrar o mistério da morte, que questiona crentes e não crentes. Este mistério maior da vida humana nos inquieta, nos apavora e nos enche de frustração face à nossa pouca realização humana. No entanto, é este mesmo mistério que nos faz perguntar a nós mesmos: o que ocupa nossa mente, quais nossos valores maiores e nossas opões fundamentais na nossa luta por mais vida? E mais ainda: o que dá sentido á nossa morte de cada dia?
A morte é a estação final da viagem das criaturas aqui na terra: da vida familiar, do trabalho, d convívio com os amigos, do cansaço cotidiano, é o fim dos nossos projetos e pode ser também o fim de nossas esperanças! MAS NÃO ! A MORTE NÃO É O FIM ! A morte é uma PASSAGEM. A morte é aquilo que nós cristãos chamamos de PÁSCOA. Sim, porque na verdade é esta: o próprio DEUS DA VIDA não quer que sua criatura morra para sempre. Deus não quer a morte do pecador mas que se converta e viva, isto é, se volte para ele e viva para sempre. Por isso mesmo, Ele, O DEUS VIVO, Pai nosso que está no céu, veio ao encontro da nossa carência de seres limitados, finitos, inacabados. Ele nos enviou seu próprio filho, o EMANUEL, Deus conosco, para ser o CAMINHO PARA VIDA NA VERDADE. E foi para isso que JESUS DE NAZARÉ assumiu a nossa condição humana em tudo menos no pecado, que é dar as costas para o Deus da vida. Foi justamente para abrir o caminho para a casa do Pai nosso, que Jesus Cristo assumiu a nossa condição de seres mortais. Por amor a Deus e a nós, ele morreu por nós em obediência ao Pai e, pela força deste amor divino,(Ct 8,6) ele realizou a PASSAGEM da morte para a vida através da sua ressurreição(Jo 5,24). Ao morrer, o ser humano mortal, morrendo por amor a Deus no amor aos irmãos, celebra a sua páscoa, fazendo a sua passagem com O CRISTO SENHOR da morte para a vida eterna.
Escutemos e sigamos o Apóstolo Paulo que nos ensina: “Se morremos com o Cristo, cremos que também viveremos com ele. Pois sabemos que, ressuscitado dos mortos, o Cristo já não morre, a morte já não tem poder sobre ele” (Rm 6, 8-9). Portanto, é assim, nesta esperança em JESUS CRISTO RESSUSCITADO DOS MORTOS, que neste dia dos FIÉIS DEFUNTOS, rezamos pelos mortos. Ora, rezar pelos mortos não é só pedir por eles, mas agradecer pelo tempo vivido por eles, pelas coisas boas realizadas por eles, pela partilha de vida na morte de cada dia com O CRISTO a serviço dos outros, no SEGUIMENTO de JESUS CRISTO, que nos ensina a ser cristãos: “Quem quiser ser meu DISCÍPULO, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” oferecendo sua vida em favor dos outros por amor ao PAI NOSSO que está nos céus!(Mt 16, 24).
por Monsenor João Olímpio Castello Branco
Mas até lá, a gotinha humana vive corre o risco de perder-se neste mundo sem o rumo do oceano divino, do único BASTANTE, no qual nos movemos, existimos e somos. Diariamente, quase nos perdemos no mar desumano de assaltos, homicídios, corrupção de toda ordem, desastres ecológicos, éticos e religiosos, acidentes de trânsito, desestruturação das famílias, por força da miséria física, moral e espiritual, conseqüência de drogas, AIDS, suicídios, abortos, desequilíbrio ambiental letal para o corpo, para o coração, para a consciência, verdadeiro tsuname da cultura da morte. Nesse sufocante vale de lágrimas, as pessoas perdem a alegria de viver, o encantamento do belo, do bem, da paz, porque afogadas na idolatria do ter, do poder e do prazer, a sensação que temos é a insatisfação permanente de que nunca temos o suficiente, perseguindo incansavelmente O TER MAIS, esquecidas do SER MAIS. A verdade é que esperamos sempre mais, porque apesar de saciados no corpo por todo tipo de prazer, sentimos no coração a fome de amor, de atenção, de carinho, de bem-estar, de reconhecimento, de respeito. Em nossa alteridade única porque original e divina, temos fome de infinito e, querendo TUDO, rompemos as barreiras da liberdade, atropelando a vontade dos outros para saciar a nossa.
A própria incessante busca do insaciável mas fugaz TER, PODER E PRAZER é como a fome e a sede físicas, que nos impelem para a vida. Por conseguinte, no mais íntimo do nosso ser de criatura (ontologicamente, metafisicamente) vivemos movidos por uma esperança. Contudo, esta esperança profunda é freada, quebrantada e asfixiada pela realidade dolorosamente incontestável da morte. Alguém pode até negar Deus, mas não pode negar a morte! Ela é a justiceira de Deus. Ela espatifa o nosso orgulho de seres enganados pela auto-suficiência da ideologia ou viseira do secularismo. Pois bem: é aí, nas profundezas de nossa ontológica insuficiência humana, que se encontra a nossa chance de dialogar, em companhia do Salmista, com ALGUÉM maior que nós mesmos a quem chamamos de DEUS. “Das profundezas, Senhor, clamo a Ti: escuta a minha voz! Atentos se façam teus ouvidos ao clamor da minha prece!” Somente assim podemos ousar adentrar o mistério da morte, que questiona crentes e não crentes. Este mistério maior da vida humana nos inquieta, nos apavora e nos enche de frustração face à nossa pouca realização humana. No entanto, é este mesmo mistério que nos faz perguntar a nós mesmos: o que ocupa nossa mente, quais nossos valores maiores e nossas opões fundamentais na nossa luta por mais vida? E mais ainda: o que dá sentido á nossa morte de cada dia?
A morte é a estação final da viagem das criaturas aqui na terra: da vida familiar, do trabalho, d convívio com os amigos, do cansaço cotidiano, é o fim dos nossos projetos e pode ser também o fim de nossas esperanças! MAS NÃO ! A MORTE NÃO É O FIM ! A morte é uma PASSAGEM. A morte é aquilo que nós cristãos chamamos de PÁSCOA. Sim, porque na verdade é esta: o próprio DEUS DA VIDA não quer que sua criatura morra para sempre. Deus não quer a morte do pecador mas que se converta e viva, isto é, se volte para ele e viva para sempre. Por isso mesmo, Ele, O DEUS VIVO, Pai nosso que está no céu, veio ao encontro da nossa carência de seres limitados, finitos, inacabados. Ele nos enviou seu próprio filho, o EMANUEL, Deus conosco, para ser o CAMINHO PARA VIDA NA VERDADE. E foi para isso que JESUS DE NAZARÉ assumiu a nossa condição humana em tudo menos no pecado, que é dar as costas para o Deus da vida. Foi justamente para abrir o caminho para a casa do Pai nosso, que Jesus Cristo assumiu a nossa condição de seres mortais. Por amor a Deus e a nós, ele morreu por nós em obediência ao Pai e, pela força deste amor divino,(Ct 8,6) ele realizou a PASSAGEM da morte para a vida através da sua ressurreição(Jo 5,24). Ao morrer, o ser humano mortal, morrendo por amor a Deus no amor aos irmãos, celebra a sua páscoa, fazendo a sua passagem com O CRISTO SENHOR da morte para a vida eterna.
Escutemos e sigamos o Apóstolo Paulo que nos ensina: “Se morremos com o Cristo, cremos que também viveremos com ele. Pois sabemos que, ressuscitado dos mortos, o Cristo já não morre, a morte já não tem poder sobre ele” (Rm 6, 8-9). Portanto, é assim, nesta esperança em JESUS CRISTO RESSUSCITADO DOS MORTOS, que neste dia dos FIÉIS DEFUNTOS, rezamos pelos mortos. Ora, rezar pelos mortos não é só pedir por eles, mas agradecer pelo tempo vivido por eles, pelas coisas boas realizadas por eles, pela partilha de vida na morte de cada dia com O CRISTO a serviço dos outros, no SEGUIMENTO de JESUS CRISTO, que nos ensina a ser cristãos: “Quem quiser ser meu DISCÍPULO, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” oferecendo sua vida em favor dos outros por amor ao PAI NOSSO que está nos céus!(Mt 16, 24).
por Monsenor João Olímpio Castello Branco
Fonte: Tv Jaguar
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