Distrito Industrial: Impasse continua após audiência

Opiniões divergentes foram apresentadas na sessão com prefeito de Limoeiro, que deseja distrito à beira do rio

Limoeiro do Norte. Em audiência pública realizada na última quinta feira, opiniões divididas e uma parcela mais "barulhenta" em manifestações de apoio ao prefeito Paulo Duarte, que é claramente favorável à instalação do distrito na beira do rio Jaguaribe. Vereadores, professores e representantes de movimentos sociais e ambientais, que são contrários ao local proposto, tiveram seus posicionamentos abafados diante do discurso do prefeito municipal, que rebateu as manifestações contrárias à localização da obra.

Analista Rildo Teles apresenta estudo de viabilidade solicitado pela Prefeitura FOTO: ELLEN FREITAS
A audiência foi convocada pelo própria prefeitura para apresentar o lauto técnico parcial de viabilidade para a instalação do distrito industrial entre o rio Jaguaribe e a Chapada do Apodi. Cerca de 300 pessoas compareceram entre representantes do poder públicos, professores, população e representantes de movimentos sociais.

Viabilidade

De acordo com o responsável pelo laudo solicitado pela prefeitura, o analista ambiental da Geoconsult, José Orlando da Silva, o local é viável desde que se faça projetos de drenagem, coleta e tratamento de resíduos, entre outras ações que diminuíam os impactos causados.

O integrante do comitê SOS Jaguaribe, professor universitário Ivan Remígio mostrou-se contra a escolha da Barragem das Pedrinhas para implantar o projeto que, segundo ele, resultará em prejuízos de longo prazo para população. "Os governos passam e o distrito fica. Não se pode implantar um projeto em um local de uma forma mal pensada porque as consequências virão futuramente", enfatizou. O professor também ressaltou que o Comitê não é contra a implantação do distrito, mas ele não considera que o local pleiteado seja o mais adequado.

Em seu discurso, o prefeito Paulo Duarte desqualificou os argumentos dos movimentos contrários à implantação do distrito próximo à Chapada. Ele afirmou que quem estivesse falando contra o projeto, que apresentasse um laudo mostrando a inviabilidade. E fez ironia dos argumentos dos membros do SOS Jaguaribe e outros movimentos contrários presentes afirmando que era preciso valorizar a vida das pessoas na geração de emprego. "Enquanto se fica discutindo a morte do calango, as pessoas estão passando necessidades", afirmou o prefeito.

O SOS Jaguaribe, movimento que inclui geógrafos, geólogos, agrônomos, estudantes e professores, afirma que a instalação na beira do rio aumentará a degradação e os riscos de poluição.

Segundo explicou o professor de Geografia da Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (Fafidam), Cleuton Almeida, a área próximo da Chapada, por Lei, pode ter instaladas indústrias, mas a única preocupação é a vulnerabilidade natural do espaço. "É tendência que o rio Jaguaribe cause erosão à lateral da chapada, esse é um dos motivos que tornaria inviável a instalação de indústrias ali", explicou o professor. Segundo ele, há um terreno às margens da BR-116 onde seria mais viável.

O secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Luiz Girão pediu que Câmara de Vereadores apresente alternativas de local para o Distrito, ou até lá ficará definida como certa a área às margens do rio.

ELLEN FREITASCOLABORADORA

(DIÁRIO DO NORDESTE)

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